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Toxicidade

Em estudos de toxicidade da atropina, a apoatropina, um dos seus metabolitos, demostrou uma toxicidade aguda mais potente que a atropina. Se esta relação se mantiver para a escopolamina, pode especular-se que a apoescopolamina (B) será mais toxica que a escopolamina [1].

 

A escopolamina atravessa facilmente a placenta portanto, a administração a grávidas deve ser feita com especial cuidado e observação, apesar de não ser teratogénica. No entanto, o fármaco pode ser administrado em lactantes. Foram descritos sintomas como taquicardia, febre e letargia em recém-nascidos [1].

 

Os sinais e sintomas de uma intoxicação incluem sonolência, coma, confusão, agitação, alucinações, convulsões, distúrbios visuais, rubor na pele seca, boca seca, retenção urinária, hipertensão e arritmias supraventriculares [1].

 

 

 

 

 

 

 

O tratamento da intoxicação por escopolamina pode ser feito pela administração de fisostigmina ou benzodiazepinas, ou através de uma descontaminação gástrica [2,3].

 

A fisostigmina é um alcalóide extraído da planta Physostigma venenosum e atua como um parassimpaticomimético de ação indireta por inibição reversível da enzima acetilcolinesterase, inibindo, assim, o metabolismo da acetilcolina na fenda sinática. Isto resulta na acumulação de acetilcolina na membrana pós-sinática, deslocando o agente anti-colinérgico do recetor, revertendo-se, assim, a toxicidade central e periférica. A fisostigmina é, deste modo, um antídoto específico da escopolamina, sendo recomendada em casos de convulsões, agitação severa com ou sem alucinações, coma com depressão respiratória, hipotensão associada a arritmia e quando os sintomas anticolinérgicos periféricos são evidentes [2,3].

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Para pacientes com agitação severa, delírio e convulsões é necessário recorrer à sedação. Nestes casos, esta pode ser feita com benzodiazepinas, administradas por via parentérica. No entanto, estes fármacos não revertem o delírio dos pacientes intoxicados. Devem evitar-se grandes doses porque a ação depressiva central pode coincidir com a depressão causada pelo envenenamento por escopolamina [3,4].

 

A descontaminação gástrica pode ser feita através de lavagem gástrica, carvão ativado ou laxantes/purgantes. Devido ao efeito inibitório dos anti-muscarínicos na motilidade gástrica, este tipo de tratamento pode ser realizado mesmo se a ingestão tenha ocorrido há mais de 24 horas [1].

Fisostigmina [4]

tratamento da intoxicação

Referências Bibliográficas:

[1] - Renner, U. D., et al. (2005). "Pharmacokinetics and pharmacodynamics in clinical use of scopolamine." Therapeutic Drug Monitoring 27(5): 655-665.

[2] - Alizadeh, A., et al. (2014). "Black henbane and its toxicity – a descriptive review." Avicenna Journal of Phytomedicine 4(5): 297-311.

[3] - Chang, S. S., et al. (1999). "Poisoning by Datura leaves used as edible wild vegetables." Veterinary and Human Toxicology 41(4): 242-24.

[4] - Wikipédia (2014). "Physostigmine." Acedido em 28/05/2015, de http://fr.wikipedia.org/wiki/Physostigmine.

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